quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Questão de Tempo


    Questão de Tempo (About Time, 2013) foi um filme visto por mim sem muitas pretensões. Tu tá lá na fossa e decide ver aquele romance água com açúcar, pra cair dentro do limbo que é a autopiedade. Digo de antemão que não gosto desse tipo de filme, salvo raríssimas exceções, mas o que me chamou a atenção aqui não foi o romancezinho barato pra passar o tempo, ou o carisma dos atores, mas um ponto chave da trama que me fez querer ver o filme: viagem no tempo.
    O nosso protagonista,  Tim (Domhnall Gleeson), é informado por seu pai (Bill Nighy), que os homens de sua família tem a habilidade de voltar no tempo. Entre num lugar escuro e vazio (banheiro, armário, etc) da um concentrada lá e pronto, você pode voltar a qualquer ponto da sua própria vida. Não, ele não pode ir ver os dinossauros, ele não pode matar o Hitler, não pode saber como será o seu futuro. Só o passado, onde ele estava. Simples assim, mas não menos interessante. Já pensou poder voltar ~aquele~ dia especial, ou voltar pra aquela discussão que finalmente você tem uma boa resposta à altura? Seria ótimo, mas Tim aprende que nem sempre é fácil lidar com esse tipo de coisa. Voltar no tempo e falar com aquela menina que você gosta, de sei lá quantas maneiras diferentes, não vai fazer ela gostar de você se ela NÃO gostar de você, ponto final.
     No começo, Tim pouco se utiliza desse recurso na sua jornada rumo a "vida adulta", até claro, a mocinha do filme, Mary (Rachel McAdams) entrar em cena. Até ai tudo bem, o filme ainda parece só mais um desses filmes românticos boy meets girl, etc, etc. Fica legal mesmo quando ele tem que lidar com as decisões morais de quando voltar no tempo. Ajudar o amigo ou conquistar a garota? Ajudar a irmã ou manter a mesma família? Cada escolha feita é algo que se deixa para trás também. Mas diferente de um Efeito Borboleta da vida, não existem mudanças tão drásticas ou catastróficas (muito bom pra quem tá na fossa e ~num guenta o baque) já que estamos falando de um filme mais light.
    Outro ponto a se destacar é a relação de Tim com seu pai,  por ter o mesmo dom, sabe como é viver deste jeito, e mesmo ele já tendo passado por todo o tipo de experiência, ele deixa Tim seguir os próprios passos, cometer seus próprios erros, viver sua própria vida.
    Sem entrar muito em detalhes da história, o filme no final mostra que o mais importante da vida é vivê-la da melhor maneira possível, uma sensação de ~good vibes~ reverbera quando os créditos sobem na tela. Um filme simples, que não exagera nem no romance, nem na comédia, nem no drama, mas que deixa estampado ao final aquele sorriso sincero, que provavelmente não vai mudar sua vida, mas talvez ajude a vê-la de outra forma.

P.S.: O diretor do filme também é responsável pelo MELHOR episódio do Doctor Who de todos os tempos. Não vou dizer qual é assim tão fácil rs. Comenta ai se ficou curioso!

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